quinta-feira, 22 de setembro de 2011

CONGRESSO » Comissão da Verdade é aprovada

Articulação intensa garante a votação da proposta que cria colegiado para investigar abusos cometidos durante a ditadura. CorreioBsb 22.09

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O governo intensificou a pressão sobre a Câmara dos Deputados e conseguiu aprovar a Comissão da Verdade no fim da noite de ontem. No texto, foram incluídas uma emenda do DEM, que limita a composição dos integrantes do colegiado, e uma do PSDB, que garante aos militares o direito ao contraditório. As outras 21 foram rejeitadas. A matéria segue agora para o Senado, onde deve ser relatada por Aloysio Nunes (PSBD-SP), nome escolhido após acordo para viabilizar a votação.

Uma força-tarefa dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e de Direitos Humanos, Maria do Rosário, passava informações em tempo real à presidente Dilma Rousseff, que estava em Nova York para a Assembleia Geral da ONU. A maior dificuldade do Planalto foi driblar a oposição, que cobrava mais discussão e a inclusão de emendas ao projeto.

Por volta das 21h30, chegou-se a anunciar que não havia mais acordo devido a uma alteração textual na emenda do DEM. A original estabelecia que não poderia participar da comissão quem tivesse praticado homicídio, tortura, ou terrorismo à época dos fatos, ou estivesse envolvido em órgãos públicos que praticaram esses atos. Com a mudança, esses critérios foram excluídos do texto, que se limitou a restringir a participação daqueles que “não tenham condições de atuar com imparcialidade”, além de vetar aqueles que exerçam cargo em agremiação partidária ou estejam em exercício de função comissionada no Poder Público. O critério da imparcialidade foi considerado subjetivo pelo Palácio do Planalto.

Os ministros conseguiram convencer a presidente Dilma da importância da votação. O Planalto queria votar a matéria ainda ontem e estendeu as negociações até o fim do dia, mesmo com a pauta da Câmara cheia. Por isso, o relatório do deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) foi elaborado em tempo recorde para ser lido ainda ontem.

Os deputados Chico Alencar (PSol-RJ) e Luiza Erundina (PSB-SP) também apresentaram emendas a partir de reinvidicações das famílias e dos movimentos de direitos humanos, mas todas foram rejeitadas.

101 cruzes

Pela manhã, vítimas e familiares de mortos e desaparecidos políticos fizeram um ato no gramado do Congresso contrário ao texto defendido pelo governo. Fincaram 101 cruzes e pediram apoio para uma comissão que traga justiça. O grupo é contrário ao projeto do governo porque acredita que, sem punição aos torturadores, a comissão não terá poderes de fato. Presidente da Comissão de Anistia e secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão afirmou que a aprovação da matéria seria, por si só, uma vitória dos movimentos de direitos humanos. Segundo ele, o colegiado não é uma “virada de página”. Durante todo o dia, as famílias entregaram panfletos e pediram o apoio dos parlamentares.

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LITERATURA » Ficção em alta voltagem

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Graciliano Ramos publicou Angústia aos 44 anos. Já trazia na bagagem Caetés e São Bernardo, mas a história do funcionário público solitário e frustrado fincou uma estaca na trajetória do autor. CorreioBsb 22.09

Haveria o antes e o depois de Angústia. Antonio Candido avaliou o personagem como um dos mais dramáticos da literatura brasileira e Alfredo Bosi elenca o romance como o mais moderno da trajetória de Ramos. O motivo do espanto com que o livro foi recebido quando publicado era simples: muitos procuravam na verborragia rancorosa do protagonista alguma conexão com a crítica social dos romances anteriores. Não encontraram porque ali o autor exercitava outro tipo de narrativa. É para falar da atualidade de Angústia que o simpósio Graciliano Ramos — 75 anos de Angústia percorre o Brasil desde terça-feira e desembarca hoje na cidade com um time de críticos literários provenientes de São Paulo, Belo Horizonte, Maceió e Brasília.

Organizado pela editora Record — que acaba de publicar uma edição comemorativa com direito a fortuna crítica no final — o encontro ocorre em cinco capitais e pretende esmiuçar o romance 75 anos depois de ser publicado. “São cinco diferentes perspectivas sob as quais os autores vão discutir o livro”, explica Elizabeth Ramos, que teve a ideia de realizar o simpósio enquanto reunia as críticas da edição comemorativa. “Eu vou falar sobre o espaço na construção de Angústia, mas alguns vão falar de angústia sob a perspectiva freudiana e outros sob um olhar político.” Além da própria Elizabeth, que é professora da Universidade Federal da Bahia e neta de Graciliano Ramos, participam Erwin Torralbo Gimenez, da Universidade de São Paulo (USP), Wander Melo Miranda, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belmira Rita da Costa Magalhães, da Universidade Federal de Alagoas, e Hermenegildo Bastos, da Universidade de Brasília (UnB).

Convidado para a palestra de abertura em São Paulo na terça-feira, Antônio Candido levou uma coleção de dedicatórias do autor e analisou Angústia de dois pontos de vista. Em um, se colocou como um simples leitor. No outro, assumiu a postura de crítico e lembrou o conteúdo do primeiro texto que fez do romance, em 1936. “A coisa mais honrosa que aconteceu na minha vida foi ter sido convidado por Graciliano Ramos a escrever a introdução de sua obra. Foi uma surpresa porque ele era comunista e eu,um socialista”, disse Candido, ao lembrar a disputa entre as duas correntes de esquerda. “Ele ficou totalmente acima disso. Uma prova de integridade e de independência memoráveis.” Durante a abertura, o crítico também contou que já leu São Bernardo “umas 20 vezes” e que lê poucos autores contemporâneos. Prefere os clássicos.

Candido não vem a Brasília, mas é considerado o maior estudioso de Ramos do Brasil. Quando lançado, o romance causou incômodo por causa das repetições que permeiam o texto. Críticos como Candido diziam que era cheio de gorduras. Elizabeth enxerga nas repetições da narrativa uma atitude voluntária do avô: “Para mim, são propositais porque essas gorduras aumentam a angústia, são quase uma figura de estilo para intensificar o sentimento de angústia, que é transferido para o leitor.”

Para Hermenegildo Bastos, a atualidade do livro está na perspectiva histórica que ele é capaz de oferecer. É preciso lembrar que o autor, comunista militante, estava preso e que corria o governo de Getúlio Vargas quando Angústia foi publicado. “São cinco visões diferentes e essa é a ideia: possibilitar a variedade de leituras de um romance que tem uma história muito rica”, avisa o professor de literatura brasileira na Universidade de Brasília (UnB).

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Ó, abre-alas. Espetáculo sobre sambas de carnaval, criado por Rosa Maria Araújo e Sérgio Cabral, estreia turnê nacional em Brasília, de amanhã a domingo. CorreioBsb 22.09

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Diante do sucesso de É com esse que eu vou — O Rio inventou a marchinha, que estreou no verão de 2007 e se manteve em cartaz por três anos, a historiadora Rosa Maria Araújo e o jornalista e biógrafo Sérgio Cabral passaram a ser cobrados por quem gostaria de ver encenada uma segunda versão do espetáculo — em razão do vasto material que ficara fora do roteiro.

Mesmo considerando justa a reivindicação, os dois optaram por outra saída, ao criarem É com esse que eu vou — O samba de carnaval na rua e no salão. “Queríamos mostrar o outro lado da festa, ao reunir sambas que embalaram os foliões e entraram para história do carnaval”, justifica Rosa Maria. Entre o segundo semestre de 2008 e o primeiro de 2009, ela e Cabral fizeram aprofundada pesquisa, ouvindo mais de mil sambas, até chegarem aos 82 do repertório.

O musical, dirigido por Cláudio Botelho e Charles Möeller, depois de cumprir longas temporadas nos teatros Oi Casa Grande e João Caetano, no Rio de Janeiro, e de ser aplaudido no Festival de Teatro de Curitiba, inicia em Brasília, neste fim de semana, sua turnê nacional. As apresentações serão amanhã e sábado, às 20h; e domingo, às 19h, no Teatro da Caixa.

Alfredo Del-Penho, Pedro Paulo Malta, Marcos Sacramento, Mackley Matos, Soraya Ravenle, Beatriz Faria e Juliana Diniz, acompanhados por banda sob a direção musical do violonista Luis Filipe de Lima, interpretam sambas clássicos como Com que roupa (Noel Rosa), O bonde de São Januário (Wilson Batista), Agora é cinza (Alcebíades Barcelos e Armando Marçal), Leva meu samba (Ataulfo Alves), Mora na filosofia (Monsueto e Arnaldo Passos) e É com esse que eu vou (Pedro Caetano). Eles também dançam e representam.

Para o cantor capixaba Makley Matos, que começou a carreira em Brasília, apresentando-se em lugares como o Feitiço Mineiro e o Bar do Calaf, É com esse que eu vou foi a grande oportunidade para mostrar seu talento a um público maior. Ele foi escolhido para integrar o elenco por meio de seleção, após ser descoberto no circuito dos bares da Lapa. “Minha trajetória artística divide-se entre antes e depois desse espetáculo. A partir daí muitas portas se abriram para mim”, comemora.

Antagonismo

De acordo com Rosa Maria, o roteiro do espetáculo é temático, desenvolvido a partir do conceito de antagonismo e dividido em sete blocos — rico x pobre, orgia x trabalho, cidade x morro, tristeza x alegria, solteiro x casado, feminismo x machismo e briga x paz —, culminando com a apologia do samba. “A pesquisa obedeceu ao critério de seleção de sambas que retratassem a história social do Brasil, entre os anos 1920 e 1970, período em que foram compostos”.

Segundo Sérgio Cabral, esse tipo de música assumiu sua forma definitiva em fins da década de 1920, “com jovens compositores da época, entre eles Noel Rosa e Ary Barroso, que foram seguidos por Ataulfo Alves, Roberto Martins, Haroldo Lobo, Wilson Batista e todos que se dedicaram a criar sambas para o povo cantar no carnaval”.

Rosa Maria e Sérgio são, ainda, autores do texto do vídeo O morro e o asfalto (exibido durante o musical), com imagens cedidas pelo Arquivo Nacional e pelo Museu da Imagem e do Som. Narrado por Paulinho da Viola e dirigido por Rodrigo Ponichi, o curta traz, também, cenas dos filmes O assalto ao trem pagador, de Roberto Farias, e Escola de Samba Alegria de Viver/ 5 x favela, de Cacá Diegues.

Com a assinatura de Rogério Falcão, a cenografia remete ao glamour do Rio antigo, representado pelo Cassino da Urca, o luxo dos grandes bailes, além de reproduzir imagens do bonde, dos Arcos da Lapa e do Pão de Açúcar. Na criação dos figurinos, Ney Madeira teve como inspiração as ilustrações do cartunista carioca J. Carlos. O elenco usa roupas de base, superpondo peças. “Lado a lado, a seda, o lamê, o cetim e o algodão se renovam e constroem o democrático pano de retalhos que veste os boêmios, trabalhadores, cabrochas e madames retratados nos sambas”, explica Ney.

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IMPRENSA » Entre a informação e a opinião. No livro Jornalistas-intelectuais no Brasil (Summus Editorial), o pesquisador Fábio Pereira, doutor em comunicação pela Universidade de Brasília (UnB), conversa com profissionais como Alberto Dines, Carlos Heitor Cony, Mino Carta e Zuenir Ventura CorreioBsb 22.09

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Eles são duplos: informam e opinam. Comportam-se como especialistas em certos assuntos (economia, política, cultura) e, por outro lado, são interrogadores, à procura de respostas. No livro Jornalistas-intelectuais no Brasil (Summus Editorial), o pesquisador Fábio Pereira, doutor em comunicação pela Universidade de Brasília (UnB), conversa com profissionais como Alberto Dines, Carlos Heitor Cony, Mino Carta e Zuenir Ventura, e tenta decifrar identidades que reúnem forças do jornalismo, da literatura, do conhecimento acadêmico e experiências do ativismo político. Pereira lança a obra hoje, às 18h, no auditório da Faculdade de Comunicação da UnB.

Inspirada na tese de doutorado defendida há três anos, a investigação defende que, no Brasil, o diálogo entre intelectuais e imprensa passou por vários períodos. “Nos anos 1950 até 1970, essa relação era promíscua. O intelectual se manifestava mais no jornal. Hoje, ele tem outros espaços. É mais raro que ele queira fazer mobilização da opinião pública por meio do jornal. A intelectualidade brasileira se desenvolveu no funcionalismo público e nas redações. Não tinha espaço próprio”, aponta.

Pereira também acredita que o jornalista-intelectual, apesar de saber com clareza os territórios que ocupa na imprensa — assinando artigos e colunas ou contribuindo como especialista —, enfrenta melhor a pulverização da informação e da opinião com a chegada da internet e dos blogs. “Por um lado, foi reduzido o espaço para grandes reportagens, em parte por conta da concorrência da internet e mudanças na profissão de jornalista. Em compensação, algumas dessas pessoas foram escrever grandes livros de reportagem, jornalismo literário, que vendem bem. Elas conseguiram abrir espaço para atuar”, explica.

Os 10 entrevistados do livro — entre eles, Carlos Chagas, professor emérito da UnB, e Adísia Sá, única mulher na pesquisa — dão opiniões diferentes, às vezes conflitantes, sobre cada função: ao jornalista, cabe informar, formar opinião ou acrescentar relevante algo à sociedade; ao intelectual, criticar, criar ou intervir.

Todas as definições, de alguma maneira, ajudam a compor uma atividade que inspira respeito e admiração. “Na França, a tradição do intelectual é forte. A partir dos anos 1970, a tensão entre as duas categorias fica muito forte. Os intelectuais sentem que perdem espaço por causa dos jornalistas. No Brasil, você tem essa dupla relação de intelectuais que contribuem na imprensa. Mas o peso da intelectualidade é menor. Enquanto na França, na Europa, se diz que há uma crise, no Brasil o jornalista está se profissionalizando cada vez mais em certos assuntos”, constata Pereira.

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MPB » Menestrel em Taguatinga. Oswaldo Montenegro volta ao DF para revisar a carreira em show no Centro Cultural SesiNo livro Jornalistas-intelectuais no Brasil (Summus Editorial), o pesquisador Fábio Pereira, doutor em comunicação pela Universidade de Brasília (UnB), conversa com profissionais como Alberto Dines, Carlos Heitor Cony, Mino Carta e Zuenir Ventura CorreioBsb 22.09

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Ao longo da carreira, Oswaldo Montenegro esteve sempre envolvido em muitos projetos. Atualmente na estrada com nova turnê, finaliza De passagem, CD que vai lançar em outubro. No dia 29, estará na capital para a exibição de Léo e Bia, na mostra paralela Primeiros filmes, que integra a programação do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

Hoje, Montenegro estará no DF, onde não se apresenta há algum tempo, para um show acústico, acompanhado pela flautista e tecladista Madalena Salles, pelo projeto Quinta musical, no Centro Cultural Sesi, em Taguatinga. Os ingressos, gratuitos, estão esgotados. “O que faremos é uma espécie de revisão dos projetos que temos desenvolvido ultimamente. No roteiro, há músicas do disco Canções de amor, base do show com o qual estamos em turnê; trilhas do filme Léo e Bia e da peça Filhos do Brasil; do DVD Oswaldo Montenegro e Cia. Mulungo; além de inéditas que farão parte do novo álbum”, anuncia o menestrel Montenegro, que está na maior expectativa em voltar a cantar no DF — ponto de partida de sua vitoriosa trajetória.

Na trilha

O público apreciará a interpretação de antigos sucessos como Bandolins, Léo e Bia, A lista, Lua e flor, Intuição e Eu quero é ser feliz agora, esta de autoria do compositor, escolhida para single. “Estamos promovendo um concurso que vai escolher os dois melhores clipes dessa canção, que poderão ser gravados com máquinas profissionais e até pelo celular. Cada vencedor receberá R$ 15 mil e terá garantida exibição na internet e em programas de tevê. Já recebemos 310 cadastros e as inscrições prosseguirão até janeiro de 2012, no site www.oswaldomontenegro.com.br”, informa.

Em Brasília, no dia 29, além da exibição de Léo e Bia, o cantor fará lançamento do DVD do longa-metragem. Produzido com recursos próprios, o projeto tem distribuição da Copacabana Filmes. Os personagens principais são vividos pelos atores Emílio Dantas e Fernanda Nobre. Outro destaque é Paloma Duarte (Marina), que conquistou o prêmio de melhor atriz no Cine PE (Recife) em 2010. Oswaldo foi premiado pela trilha sonora, que conta com a participação de, entre outros, Ney Matogrosso e Zélia Duncan — artistas que, como ele, iniciaram a carreira em Brasília.

OSWALDO MONTENEGRO

Show do cantor, compositor e violonista, acompanhado pela flautista e tecladista Madalena Salles, hoje, às 20h, pelo projeto Quinta Musical, no Centro Cultural Sesi, em Taguatinga Norte. Ingressos esgotados.

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CINEMA » Um roqueiro brasiliense em Nova York

Filme que documenta a história de João MacDowell, personagem que agitou a cena musical nos anos 1980, estreia nos Estados Unidos. CorreioBsb 22.09

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João MacDowell e Mario Salimon se conheceram na Brasília dos anos 1980. Foram contemporâneos na Universidade de Brasília (UnB), fizeram parte do cenário efervescente de bandas do período e nunca se perderam de vista. Nas últimas décadas, os caminhos foram se desencontrando. João investiu na carreira musical e foi parar nos Estados Unidos. Mario casou-se, concentrou-se em sua verve jornalística e tornou-se documentarista. Agora, os dois se reúnem em projeto cinematográfico: Parece que existo, em que o cineasta usa a vida do amigo MacDowell como fio condutor para traçar um panorama da cena cultural da cidade. O filme será exibido hoje, em Nova York, às 19h30 (20h30 no horário de Brasília), dentro da programação do Brazilian Endownment for the Arts, organização não governamental que divulga a arte brasileira na América.

“O filme conta uma jornada, uma decisão de trabalhar como músico, seja quais forem as consequências”, relata João MacDowell. Em um período em que sua banda, Tonton Macoute, estava se separando, ele contraiu uma doença que não era diagnosticada de forma correta pelos médicos. Entre a vida e a morte, sofreu durante dois meses até descobrir que tinha febre tifoide. O músico acredita que a cura é consequência dessa decisão interna de assumir a música como estilo de vida, que fez a engrenagem girar e o sucesso acontecer.

Depois de alternar trabalhos como técnico, produtor, arranjador e músico, MacDowell mudou-se para o Rio de Janeiro e, lá, caiu nas graças de produtores americanos. Transferiu-se para Nova York, onde hoje mantém um estúdio de gravação (com piano de cauda), produz discos de artistas do mundo inteiro, faz trilhas sonoras para filmes e prossegue em sua incursão pelo mundo da música erudita: prepara uma segunda ópera (a primeira, Tamanduá, já ganhou uma versão reduzida nos palcos americanos) e sua primeira sinfonia. “Difícil é dormir”, brinca.

Cenas de rua

O projeto do filme começou a ser elaborado em 2009 e, no ano passado, foi rodado entre Brasília e Nova York. As locações são as ruas das duas cidades. A casa de MacDowell, o bairro onde vive, pontos turísticos de Brasília. Artistas importantes na trajetória do músico, como o cineasta Mauro Giuntini e o músico Paulo Cesar Cascão, dão depoimentos sobre a cena artística local. “É um filme sem narrador externo, em que a história é contada pelas personagens ”, descreve Salimon.

Os depoimentos buscam ressaltar a influência que a arquitetura e o contexto sociopolítico da cidade exerceram nessa geração de artistas. “Realço o fato de que houve mais do que rock em Brasília e que muitos não desistiram por serem deixados para trás pelo mercado. Seguiram vidas produtivas, mesmo que fora da música. É uma gente notável, valorosa, que merece ter voz”, acredita o diretor. As referências são pontuadas por registros fotográficos de bandas, shows de antigos projetos de MacDowell e até mesmo imagens que fazem parte de sua construção afetiva do universo musical. Os músicos da Rodoviária que ajudaram a burilar seus ouvidos surgem representados por Zé das Latas tocando na Torre de TV, na década de 1970, momento documentado pelo cineasta Vladimir Carvalho.

Por enquanto, a sessão será privilégio do público nova-iorquino. Salimon já recebeu três propostas para exibir o longa-metragem em Brasília, mas ainda não bateu o martelo. MacDowell torce para que seja logo. A vontade é aproximar sua produção recente da plateia de sua terra natal. “Adoraria levar a ópera Tamanduá para o Teatro Nacional. Escrevi um dos papéis pensando na voz da Janete Dornellas”, conta.

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RESORTS. CVC lança guia gratuito para iPhone e iPad

A operadora CVC acaba de lançar seu primeiro guia de resorts no Brasil para iPhone e iPad. O aplicativo é gratuito e pode ser baixado no site da Apple (www.apple.com). Folha 22.09

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"No mundo contemporâneo, não ganhou nem o platonismo e o aristotelismo nem os sofistas; quem ganhou foram os cínicos. A sociedade se transformou num espelho de cinismo. O que a imprensa, a TV, a internet permitem como divulgação do cinismo é uma coisa extraordinária"

JOSÉ ARTHUR GIANNOTTI

filósofo e professor

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Símbolos urbanos de Gaudí chegam às bancas no domingo. Obra do catalão é tema do quarto volume da Coleção Folha Grandes Arquitetos Folha 22.09

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O quarto volume da Coleção Folha Grandes Arquitetos, que chega às bancas neste domingo, dia 25, é dedicado a Gaudí e sua obra. Maior representante do que ficou conhecido na arquitetura como modernismo catalão -espécie de expressão local do estilo art nouveau-, Antoni Gaudí (1852-1926) é o autor de alguns dos principais símbolos urbanos da cidade de Barcelona.

Parece impossível pensar na cidade espanhola sem se lembrar dos prédios esculturais projetados por ele, como as casas Batlló e Milà, o Colégio de Santa Teresa ou a célebre Sagrada Família.

Detentor de um estilo muito peculiar, Gaudí criou, a partir de influências das arquiteturas gótica e mourisca, uma estética totalmente nova e revolucionária, um marco até os dias atuais.

Nascido em Reus, no sul da Catalunha, em 1852, Gaudí se formou na Escuela Provincial de Arquitectura de Barcelona em 1878. Em seus primeiros projetos, dos anos 1880, ainda é forte a referência ao gótico, à arquitetura árabe e ao estilo mudéjar, surgido na península Ibérica e caracterizado pelo uso do tijolo de barro.

São desse período a Casa Vicens, o Palácio Güell e a Sagrada Família, projeto assumido por Gaudí após o arquiteto diocesano Francesc de Paula Villar ter abandonado o trabalho.

Ali, o catalão planejou o templo que, mesmo inacabado e em obras até hoje, se tornou um dos principais cartões-postais de Barcelona. Em meio a uma região plana e de prédios baixos, Gaudí criou um projeto com 18 torres majestosas -das quais oito foram construídas-, que remetem aos picos da montanha do Montserrat.

AZULEJOS E ONDULAÇÕES

Já nos primeiros anos do século 20, o arquiteto concebeu algumas de suas obras mais ousadas, como a Casa Batlló e o parque Güell, que têm como marcas o uso de azulejos coloridos, formas fantásticas e variadas configurações geométricas.

Nessa mesma época, Gaudí projetou a célebre Casa Milà, também conhecida como La Pedrera. Ao praticamente abandonar o uso de linhas retas, criou para ela uma fachada de formas onduladas, atrás da qual a disposição dos espaços varia, segundo o andar. Além de todas essas obras, o livro da Coleção Folha apresenta projetos que não chegaram a ser construídos, mas que são de grande relevância na obra do autor.

Os 18 volumes da coleção trarão obras selecionadas de grandes nomes, com infográficos, fotos, desenhos e textos. A cada semana um novo título chegará às bancas de todo o país, até 1º de janeiro.

Cada livro avulso, com 80 páginas, custa R$ 16,90; a coleção completa, R$ 287,30. Assinantes Folha, Edição Digital e UOL têm descontos nos lotes.

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Religião favorece pensamento intuitivo. Pessoas que acreditam em Deus têm mais chance de cometer falhas lógicas levadas pela intuição, afirma estudo. Já os não religiosos são mais analíticos quando lidam com 'pegadinhas' matemáticas; diferença não envolve inteligência Folha 22.09

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Muita gente rejeita o estereótipo que descreve ateus como pessoas racionais e analíticas e religiosos como intuitivos e espontâneos. Um experimento feito na Universidade Harvard, porém, sugere que esse clichê pode ter um fundo de verdade.

No trabalho, cientistas avaliaram o estilo de raciocínio preferido por mais de 800 voluntários e viram que aqueles com tendência maior a usar a intuição eram mais propensos a crer em Deus e entidades sobrenaturais.

Para chegar à conclusão, os pesquisadores submeteram os voluntários a um questionário sobre crença religiosa e a problemas de raciocínio que avaliavam o estilo de pensamento de cada pessoa.

As perguntas eram, na verdade, "pegadinhas" que enganam especialmente as pessoas que contam com a intuição para lidar com números.

O resultado do experimento saiu em um estudo publicado na revista científica "Journal of Experimental Psychology". O trabalho, coordenado pelo psicólogo Amitai Shenhav, indica que pessoas mais racionais tendem a crer menos em Deus.

ÓBVIO?

Pode parecer uma conclusão óbvia, mas psicólogos ainda não tinham encontrado um jeito de testá-la.

Os cientistas de Harvard afirmam ter conseguido comprová-la agora porque usaram uma metodologia que avalia o estilo de raciocínio das pessoas sem levar em conta a magnitude da inteligência de cada um. Em outras palavras, conseguiram evitar a armadilha que associa reflexão a pessoas mais inteligentes e intuição a pessoas mais burras.

"Uma das coisas que eu aprecio sobre a discussão entre uso de raciocínio reflexivo ou intuitivo é que não existe uma resposta certa sobre qual dos dois deve ser usado em cada ocasião", disse Shenhav à Folha. "Ambos são importantes para todo mundo, mas nós somos diferentes uns dos outros."

Segundo ele, muitos voluntários classificados como pessoas intuitivas tinham ido bem em dois testes de QI que haviam sido aplicados antes do experimento.

"Em testes de inteligência padrão, existem poucas questões com respostas intuitivas que vêm à mente imediatamente", explica o psicólogo.

"É preciso trabalhar uma longa cadeia de raciocínio em cada um deles até que surja a resposta. O teste que usamos tem perguntas projetadas especialmente para oferecer uma resposta errada tentadora logo de cara."

O mais inesperado, porém, talvez seja que é possível moldar o tipo de crença religiosa que os voluntários têm.

Em outro teste, voluntários tinham de escrever uma redação sobre a importância da intuição. Logo após a tarefa, algumas pessoas titubeavam em perguntas sobre suas crenças religiosas, com tendência maior a relatar crença em entidades sobrenaturais.

"Talvez a maneira como somos educados a pensar de maneira reflexiva ou intuitiva ao longo da vida tenha alguma influência sobre nossas crenças", afirma o psicólogo. "Não sei dizer se isso é uma coisa boa ou ruim."

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Governo muda regras para leite destinado à alimentação de bebê. Normas fixam limite mínimo e máximo de vitaminas no produto Folha 22.09

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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) mudou as regras para produção e comercialização de alimentos infantis, em pó ou na forma líquida, feitos à base de leite de vaca e outros animais ou com soja.

As normas tratam da alimentação para crianças de até três anos.

De acordo com Antonia Aquino, gerente de produtos especiais da Anvisa, haverá pequenas alterações na composição nutricional dos produtos. Determinadas vitaminas, por exemplo, terão limites máximo e mínimo.

A comparação entre as portarias publicadas na edição de ontem do "Diário Oficial" da União com a norma vigente desde 1998 indica variações sutis na proporção de gordura, proteína e vitamina A nas fórmulas.

Aquino afirma que a ideia era aproveitar a atualização recente de diretrizes internacionais da nutrição infantil.

Seguindo essa linha, a Anvisa criou regras detalhadas para as fórmulas feitas para crianças com necessidades nutricionais específicas.

"O fabricante não vai poder fazer referência a doenças como a intolerância à lactose. Vai ter de dizer qual é a característica específica do produto: sem lactose, sem açúcar, sem frutose."

Recomendações já existentes, como não utilizar mel em fórmulas para bebês de até seis meses, passam a integrar as portarias.

As empresas que já produzem essas fórmulas terão 18 meses para se adequar. Novos produtos já devem atender ao que determinam as portarias publicadas ontem.

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JOSÉ SIMÃO. Ueba! Dilma é a Fiona Shrek!

Adorei a Dilma na capa da "Newsweek": "Dilma Dinamite". Vão usar ela pra estourar caixa eletrônico? Folha 22.09

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Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador Geral da República! Voltei! O tempo passa, o tempo voa e as pessoas continuam falando de dois assuntos: Sarney e Corinthians.

E a manchete do Piauí Herald: "Na ONU, Dilma assegurará ao mundo que Sarney não é imortal". E o mundo não acreditará! E a Dilma vai criar com o Obama um novo PAC: Program to Avoid Corrupção. E o mundo não acreditará! Rarará!

E a Dilma tá muito digna, muito inteligente, mas tá a cara da Fiona Shrek! E a estilista dela deve ser a decoradora do Center Norte. Forro de sofá! E a ONU é muito chique, mas só serve pruma coisa: amarrar a bandeirinha na antena do carro e estacionar em qualquer lugar em Nova York. A ONU só serve pra estacionar. Rarará! E, ONU por ONU, prefiro Honolulu! E o Corinthians? Eu falei que o Timão na liderança era uma vaca em cima da árvore: ninguém sabe como ela foi parar lá, mas todo mundo sabe que vai cair.

E olha o que corre na internet: se você receber um e-mail sem título, favor enviar pro Corinthians. Rarará! E adorei a Dilma na capa da "Newsweek": "Dilma Dinamite". Vão usar ela pra estourar caixa eletrônico? Rarará!

Dilma Dinamite, demite, demite. E claro que, enquanto eu estava fora, caiu mais um ministro. E assumiu um ministro piada pronta: Gastão Vieira. Gastão o outro também era. Por isso que o dólar tá subindo, é o gastão!

E achei três predestinados na Espanha. Em Sevilha: "Implantes Dentales Jesus de Las Três Caídas". Você implanta oito e caem três! Dentadura com três caídas! E essa: "Viajes Encarnación". É pra viajar pra outra encarnação. A vida tá ruim? Viaja pra outra encarnação.

E, em Valência, encontrei a formação da torcida são-paulina: "Centro de Educación Infantil BAMBY". E só duas nacionalidades estão comprando: brasileiros e chineses. Só que brasileiro entra nas lojas em dois ou quatro. E os chineses entram em 20. Se jogar água, viram 200. Como os gremlins. Rarará!

E eu tava no Museu dos Toros quando a guia falou: "Esta cabeza non es la cabeza dun toro, es la cabeza duna vaca. Es la cabeza de la madre del toro que mató Manolete". De vingança, eles mataram o touro e a mãe do touro: a vaca. Coitada. Mataram la madre. Viva Almodóvar. Rarará! Nóis sofre mas nóis goza.

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno! simao@uol.com.br

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Mais de 170 artistas virão ao Brasil até o final do ano. Recorde de atrações internacionais provoca vendas rápidas de ingressos. Ritmo deve continuar forte no ano que vem, com edição nacional do Lollapalooza e nova turnê de Roger Waters Folha 22.09

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Este fim de semana dá a largada a uma maratona de shows que atravessa os próximos três meses, numa quantidade de atrações internacionais nunca registrada antes no mercado brasileiro.

Com a realização de mais dois festivais de música além do Rock in Rio -o Planeta Terra e o SWU-, pelo menos 173 artistas e grupos desembarcam no Brasil. No mesmo período de 2010, 98 nomes internacionais vieram ao país.

O perfil dos artistas também mudou. Apesar da habitual vinda de veteranos, como Eric Clapton e o ex-beatle Ringo Starr, chegam por aqui os principais ídolos jovens.

O público teen precisa de muita mesada para ver Justin Bieber, Britney Spears, Katy Perry, Ke$ha e Rihanna. Algumas gerações anteriores também são contempladas, do romantismo de Julio Iglesias ao pop de Elton John.

O aumento do número de shows vem acompanhado de vendas cada vez mais rápidas de ingressos pela internet. O maior fenômeno até agora é o festival Planeta Terra, que traz Strokes e Beady Eye como destaques. O evento, que acontece em um único dia de novembro em São Paulo, vendeu seus 20 mil tíquetes em apenas 14 horas.

O ritmo de shows não deve diminuir com a virada do ano. Além da confirmação da grandiosa (em todos os sentidos) turnê do ex-Pink Floyd Roger Waters em março, mais uma franquia de festival internacional chega ao país.

Marcada para abril, a edição brasileira do Lollapalooza agita redes sociais com o boato forte de que vai trazer como nome principal o Foo Fighters.

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Símbolos urbanos de Gaudí chegam às bancas no domingo. Obra do catalão é tema do quarto volume da Coleção Folha Grandes Arquitetos Folha 22.09

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O quarto volume da Coleção Folha Grandes Arquitetos, que chega às bancas neste domingo, dia 25, é dedicado a Gaudí e sua obra. Maior representante do que ficou conhecido na arquitetura como modernismo catalão -espécie de expressão local do estilo art nouveau-, Antoni Gaudí (1852-1926) é o autor de alguns dos principais símbolos urbanos da cidade de Barcelona.

Parece impossível pensar na cidade espanhola sem se lembrar dos prédios esculturais projetados por ele, como as casas Batlló e Milà, o Colégio de Santa Teresa ou a célebre Sagrada Família.

Detentor de um estilo muito peculiar, Gaudí criou, a partir de influências das arquiteturas gótica e mourisca, uma estética totalmente nova e revolucionária, um marco até os dias atuais.

Nascido em Reus, no sul da Catalunha, em 1852, Gaudí se formou na Escuela Provincial de Arquitectura de Barcelona em 1878. Em seus primeiros projetos, dos anos 1880, ainda é forte a referência ao gótico, à arquitetura árabe e ao estilo mudéjar, surgido na península Ibérica e caracterizado pelo uso do tijolo de barro.

São desse período a Casa Vicens, o Palácio Güell e a Sagrada Família, projeto assumido por Gaudí após o arquiteto diocesano Francesc de Paula Villar ter abandonado o trabalho.

Ali, o catalão planejou o templo que, mesmo inacabado e em obras até hoje, se tornou um dos principais cartões-postais de Barcelona. Em meio a uma região plana e de prédios baixos, Gaudí criou um projeto com 18 torres majestosas -das quais oito foram construídas-, que remetem aos picos da montanha do Montserrat.

AZULEJOS E ONDULAÇÕES

Já nos primeiros anos do século 20, o arquiteto concebeu algumas de suas obras mais ousadas, como a Casa Batlló e o parque Güell, que têm como marcas o uso de azulejos coloridos, formas fantásticas e variadas configurações geométricas.

Nessa mesma época, Gaudí projetou a célebre Casa Milà, também conhecida como La Pedrera. Ao praticamente abandonar o uso de linhas retas, criou para ela uma fachada de formas onduladas, atrás da qual a disposição dos espaços varia, segundo o andar. Além de todas essas obras, o livro da Coleção Folha apresenta projetos que não chegaram a ser construídos, mas que são de grande relevância na obra do autor.

Os 18 volumes da coleção trarão obras selecionadas de grandes nomes, com infográficos, fotos, desenhos e textos. A cada semana um novo título chegará às bancas de todo o país, até 1º de janeiro.

Cada livro avulso, com 80 páginas, custa R$ 16,90; a coleção completa, R$ 287,30. Assinantes Folha, Edição Digital e UOL têm descontos nos lotes.

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Comissão do Senado aprova mudanças no Código Florestal. Senadores apontam trechos contrários à Constituição, mas deixam análise de pontos polêmicos para depois. Texto foi aprovado no Dia da Árvore; CNBB começa mobilização para pressionar contra as alterações na lei Folha 22.09

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A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou ontem, por 14 votos a 5, o relatório do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) a favor da reforma do Código Florestal. A votação representa derrota para o governo, cujos técnicos apontam inconstitucionalidade no texto.

A aprovação ocorreu no Dia da Árvore, horas antes de a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) iniciar uma mobilização popular contra a proposta.

A entidade quer coletar 1 milhão de assinaturas para "mostrar aos senadores a indignação da sociedade" em relação às mudanças na lei. A votação foi possível porque os senadores Luiz Henrique (PMDB-SC) e Jorge Viana (PT-AC) pediram um "voto de confiança" e prometeram mudanças nas comissões de Ciência e Tecnologia, Agricultura e Meio Ambiente.

A CCJ é responsável por analisar se a proposta está ou não de acordo com a Constituição. Ficou definido que, se algum senador levantar dúvida no futuro, a CCJ voltará a avaliar o caso específico.

Ao menos sete senadores apontaram problemas de constitucionalidade, como a quebra do direito ao meio ambiente equilibrado. "Há muito retrocesso na proposta", disse Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), prevendo enxurrada de ações na Justiça.

Para o governo, há ao menos três pontos contrários à Constituição. Um deles, incluído no relatório do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) aprovado pela Câmara, permite legalizar desmatamentos feitos até julho de 2008 nas chamadas áreas rurais consolidadas. O texto do Senado aplica o conceito às APPs (áreas de preservação permanente), em topos de morro e várzeas de rios que precisam de proteção especial. Outro trecho determina que as mesmas áreas sejam recuperadas.

"É uma contradição: ou você regulariza tudo, ou exige recuperar uma parte", diz o coordenador de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João de Deus Medeiros.

Um segundo artigo abre brecha para a consolidação de desmatamentos ilegais, e o terceiro, diz a pasta, ameaça a proteção ao Pantanal. O Planalto considera a correlação de forças no Senado desfavorável e teme que se repita o que aconteceu na Câmara em maio, quando a bancada ruralista impôs derrota à presidente Dilma Rousseff.

Luiz Henrique afirmou que vai discutir individualmente as 92 emendas e que pretende criar regras transitórias para regularizar o passivo deixado por produtores que desmataram ilegalmente.

Uma das mudanças anunciadas pelo peemedebista tornará obrigatória a instauração de processo quando o fiscal verificar qualquer infração ambiental. O senador disse que vai trabalhar pelo texto possível. "Vamos em busca do consenso."

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PODERES. Para ministro do Supremo, recursos humanos do governo estão um caos Folha 22.09

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DE BRASÍLIA - Ao defender o reajuste do Judiciário, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes disse ontem que não encaminhar a proposta ao Congresso "seria inconstitucional".

Mendes afirmou que há um "caos" na área de recursos humanos da Esplanada e cobrou uma discussão sobre a "assimetria" nos salários. Ao enviar ao Congresso as previsões de receitas e gastos para 2012, o governo havia deixado de fora as propostas de reajustes da Justiça, que causam impacto de R$ 7,7 bilhões nos cofres públicos. Pressionado pelo STF e pelo Ministério Público Federal, o Planalto foi obrigado a rever a proposta.

A presidente Dilma Rousseff enviou mensagem ao Congresso com os reajustes pedidos pelo Judiciário e criticando a proposta. Mendes disse que até os supersalários de servidores do Congresso, acima do teto, de R$ 26,7 mil, é provocado pela desorganização. "Precisamos colocar ordem nesse caos. Vocês estão vendo servidores buscando liminar na Justiça e, se são tantos os servidores que estão ultrapassando o teto, há algo de errado nesse contexto", disse.

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Comissão do Senado tira do MEC gestão do nível superior. Responsabilidade pode ir para outro ministério Folha 22.09

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A Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado aprovou ontem um projeto que reformula o Ministério da Educação -transferindo para o Ministério da Ciência e Tecnologia a responsabilidade pelo ensino superior.

Um dos principais argumentos para a aprovação foi que o governo investe mais no educação superior.

A proposta, de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), institui o Ministério da Educação de Base, que cuidará apenas dos assuntos relacionados aos ensinos fundamental e médio.

Com isso, todas as secretarias, departamentos, autarquias, fundações públicas e empresas públicas que atuam na educação superior vão para essa pasta.

Permanecem no MEC, porém, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

A proposta ainda terá que ser analisada pelas comissões de Educação, Cultura e Esporte e de Constituição e Justiça, a CCJ. Se for aprovada na CCJ, segue para votação no plenário da Câmara.

Na avaliação de senadores governistas, contrários à proposta, a reestruturação é atribuição do Executivo e o projeto não deve passar nas demais comissões.

Durante a discussão da proposta, senadores lembraram o mau desempenho das escolas públicas no Enem.

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Prêmio Jabuti anuncia os finalistas em 29 categorias. Resultado será em 18/10 e premiação, em 30/11 Folha 22.09

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A Câmara Brasileira do Livro (CBL) divulgou ontem, em São Paulo, os finalistas da 53ª edição do Prêmio Jabuti, o mais tradicional do país.

São dez concorrentes em cada uma das 29 categorias; quando há empate, podem se classificar mais que dez.

Colunistas da Folha, Ferreira Gullar, na categoria poesia, Antonio Prata e Rubem Alves, na de contos e crônicas, e José Roberto Torero, na de romance, estão entre os indicados.

São também concorrentes, entre outros, Rubens Figueiredo, João Almino e José Castello, na categoria romance; e Alberto Martins e Ricardo Aleixo, na de poesia. Os cinco também são finalistas do Prêmio Portugal Telecom.

Rubens Figueiredo foi o vencedor neste ano do Prêmio São Paulo de Literatura. E João Almino levou o Zaffari & Bourbon, em Passo Fundo (RS).

Os vencedores de cada categoria serão apurados em 18 de outubro. A festa de premiação ocorre em 30 de novembro.

No evento serão anunciados o melhor do ano de ficção e não-ficção, escolhidos entre os autores que levaram o primeiro lugar em cada categoria (excluindo capa, projeto gráfico, ilustração e tradução).

A lista completa da disputa pelo prêmio está no site www.cbl.org.br/jabuti.

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