domingo, 25 de setembro de 2011

44º FESTIVAL DE BRASíLIA DO CINEMA BRASILEIRO » Candango em transe

Dispensa do ineditismo para os filmes concorrentes e outras inovações podem revelar uma edição imprevisível e inovadora da mostra Correioweb 25.09

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Com a promessa de uma edição “nova, moderna e instigante”, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro completa 44 anos diante de um desafio que deve se revelar decisivo para a história da mostra mais antiga do país: mudar para permanecer relevante. No papel, a intenção pode parecer bem-vinda, e acima de qualquer polêmica. Mas as alterações radicais no perfil do evento, divulgadas há quatro meses pela Secretaria de Cultura do DF, instalaram um clima de incerteza entre cineastas, críticos e cinéfilos. Sabe-se que o Festival de Brasília não é mais o mesmo. Mas que festival será este? A resposta ao mistério será conhecida a partir de amanhã, quando o roteiro de novidades finalmente entra em cartaz.

Para se impor diante da concorrência de festivais, Brasília aboliu a valorização do ineditismo na escolha dos longas-metragens, se antecipou no calendário do ano cinematográfico e instituiu prêmios maiores em dinheiro. A série de medidas foi tomada para garantir uma programação mais robusta. Na prática, no entanto, o pacote de reformas trouxe efeitos que preocupam uma parte da classe cinematográfica. A mais controversa envolve o novo critério de seleção de filmes: entre jornalistas que cobrem o evento, correm críticas de que uma competição “de segunda mão” (com longas que disputaram em outras mostras brasileiras) pode enfraquecer o prestígio da capital.

O argumento é defendido por membros da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), e rejeitado pela coordenação do Festival de Brasília, que aposta no objetivo de exibir “o melhor da produção nacional”, independentemente do ineditismo. “As mudanças conceituais precisavam ter sido feitas. O festival tem que voltar a ser importante para Brasília, para o cinema brasileiro e para o país”, afirma Nilson Rodrigues, coordenador geral do evento.

Entre cineastas e produtores, não há consenso em relação ao vespeiro: a maioria vê a alteração com simpatia, já que ela alarga a rede de exibição onde os filmes podem circular e competir. Na Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo (ABCV), também não há posição unânime, ainda que grande parte seja contrária à queda do ineditismo (leia mais na página 3). “É bom lembrar que o ineditismo nunca foi uma obrigação no Festival de Brasília. Existia a preferência pelo ineditismo”, observa o crítico João Carlos Sampaio, secretário da Abraccine, que já integrou a comissão de seleção há dois anos.

Para Sampaio, os filmes que não são inéditos poderiam ter sido exibidos numa mostra paralela, de caráter informativo (e não competitivo). “Faltou coragem e ousadia. O festival optou por filmes que já foram testados, que já passaram por um crivo. Os filmes são o patrimônio, a matéria-prima de qualquer festival. Por mais que mudanças sejam necessárias, não se pode rasgar a sua história”, destaca. Ele desconfia que a comissão julgadora não teria tido tempo hábil para ver todos os filmes — foram 624 inscritos, sendo 110 longas (56 inéditos), 415 curtas e 99 fitas de animação. O processo de seleção abarcou o período logo após 30 de junho (o último dia das inscrições) até 15 de julho, quando foi divulgada a lista dos escolhidos. “Não recebi nenhuma reclamação da comissão de seleção nesse sentido”, garante Nilson.

Reprises

Entre os seis longas que disputam Candangos, três já foram exibidos em outras mostras nacionais de grande porte: Trabalhar cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra; e Meu país, de André Ristum, competiram em Paulínia — e perderam para A febre do rato, de Claudio Assis. Já As hiper mulheres, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro, estreou em Gramado. Os três filmes foram vistos pela equipe do Correio. Os inéditos no país, que começam a trajetória em Brasília, são Hoje, de Tata Amaral; O homem que não dormia, de Edgard Navarro; e Vou rifar meu coração, de Ana Rieper. Além da mostra principal — que este ano será exibida simultaneamente em mais três cidades (veja quadro) —, o festival contará com cinco seminários, cinco oficinas, quatro mostras paralelas e a Mostra Brasília, agora transferida para o Museu da República.

Cineastas que participam da edição não fazem ressalvas quanto às mudanças promovidas pela Secretaria de Cultura e preferem elogiar o aumento da premiação, que se iguala ao maior prêmio nacional (R$ 250 mil para o melhor longa, o equivalente ao prêmio máximo de Paulínia). “O valor do prêmio, por si só, já sinaliza que o festival quer apoiar o lançamento dos filmes. Isso devia servir de exemplo”, comenta Tata Amaral. Já Edgard Navarro, vencedor do Candango em 2005 (por Eu me lembro), acredita que o festival está se comportando “de uma maneira inteligente”. “Por ser o festival mais tradicional, ele precisava de uma renovação. A mudança de data foi um avanço: antes, ele ficava com o rebotalho dos outros festivais”, diz.

44º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO

De 26 de setembro a 3 de outubro. Cerimônia de abertura amanhã, às 20h, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Claudio Santoro, com exibição especial do longa Rock Brasília – Era de ouro, de Vladimir Carvalho. A mostra competitiva começa terça-feira, às 20h30, no Cine Brasília, Teatro de Sobradinho, Cinemark Taguatinga Shopping e Teatro Newton Rossi (Ceilândia). Confira preços no Roteiro. Não recomendado para menores de 14 anos.

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Reality arte

Artistas criam 'paródia' de programas como 'Ídolos' e competem pela melhor performance FSP 25.09

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Reality show, quem diria, também pode ter tema cult.

No próximo domingo, dentro da programação do 17º Festival de Arte Contemporânea Sesc Videobrasil, um programa de auditório, que terá como apresentadora Marina Person, será palco de uma disputa entre artistas.

Assim como em "American Idol", em que se concorre para ver quem canta melhor, no Videobrasil a contenda será para ver quem melhor reencena performances históricas, realizadas há décadas por Marina Abramovic e Yoko Ono, entre outros.

Trata-se da obra "Art Idol", dos israelenses Aya Eliav e Ofir Feldman, que estão entre os 101 selecionados para a mostra Panoramas do Sul, seção do Videobrasil.

A mostra começa no próximo dia 30, em São Paulo, mas a disputa dos artistas acontecerá no dia 2. A ação será televisionada em 10/10.

No programa comandado por Person, Eliav e Feldman serão julgados por críticos e curadores, que comentarão as performances, nos moldes de "American Idol".

Além da seção Panoramas do Sul, o Videobrasil ainda exibe a mostra "Olafur Eliasson - Seu Corpo da Obra".

Maior retrospectiva do artista dinamarquês realizada fora da Alemanha, onde ele vive, ela se dividirá entre Pinacoteca do Estado, Sesc Belenzinho e Sesc Pompeia.

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Ganha fôlego movimento para esvaziar poder do CNJ

Punições a magistrados podem ser anuladas, avaliam ex-ministros

Supremo deve julgar na próxima quarta-feira ação que pode reduzir a capacidade de fiscalizar do conselho de Justiça FSP 25.09

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Aumentou nas últimas semanas o movimento para reduzir o poder de fiscalização e punição de juízes pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o que esvaziaria as atividades de sua corregedora, a ministra Eliana Calmon, "xerife" da magistratura.

O embate não é novo, mas pode ter uma decisão final nos próximos dias. O que está em jogo é decidir se o CNJ pode punir juízes antes que as corregedorias dos tribunais façam apurações e julguem esses magistrados.

A questão pode ser resolvida pelo Supremo Tribunal Federal na próxima quarta-feira, em julgamento de ação ajuizada pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), favorável à restrição.

Se o Supremo decidir que o conselho tem que atuar de forma complementar, estaria aberta a possibilidade de anulação de condenações anteriores, hipótese admitida pelos ex-ministros Nelson Jobim e Miguel Reale Júnior.

Nos últimos meses, o STF concedeu liminares suspendendo o afastamento de magistrados punidos pelo CNJ.

O presidente do CNJ e do STF, ministro Cezar Peluso, é favorável a que o conselho aguarde a decisão das corregedorias nos tribunais antes de entrar em ação.

Foi o entendimento do ministro Celso de Mello, ao suspender, em 2010, punição do CNJ a dez magistrados, afastados sob acusação de desviar verba do Tribunal de Justiça de Mato Grosso para socorrer uma instituição da maçonaria. O CNJ atuara a pedido do corregedor do tribunal.

Em dezembro, o ministro Marco Aurélio Mello derrubou decisão do CNJ que afastara o ex-presidente de uma associação de juízes federais, acusado de fraudar contratos de empréstimos da Fundação Habitacional do Exército.

Eliana Calmon assumiu a função de corregedora em setembro de 2010, prometendo rigor nas apurações de irregularidades, a exemplo de seu antecessor, Gilson Dipp.

Porém, atribui-se à nova composição do colegiado do CNJ, que passou por uma renovação em meados deste ano, um perfil mais restritivo em relação ao poder de investigação que o órgão manteve quando presidido pelo ministro Gilmar Mendes.

Exemplo disso, no mês passado, o recém-empossado conselheiro José Lúcio Munhoz apresentou ao colegiado a proposta de redução de poderes do CNJ.

MUDANÇA DE RUMO

No ano passado, a OAB previu que Peluso diminuiria o grau de exposição dos juízes nas apurações do CNJ.

Essa mudança de rumos ficou clara no último dia 13, quando Peluso votou contrariando Eliana no caso de duas magistradas do Pará e foi acompanhado pelos colegas.

A corregedora pretendia abrir apuração contra as juízas pela suspeita de que um bloqueio de R$ 2,3 bilhões de uma conta do Banco do Brasil pudesse favorecer, posteriormente, uma quadrilha especializada em golpes.

Em vez de abrir processo disciplinar, que é público, o plenário decidiu instaurar sindicância, apuração protegida pelo segredo de Justiça.

Peluso não está sozinho ao defender uma atuação discreta do CNJ. Ele tem o apoio de várias associações de magistrados contra a exposição de processos contra juízes.

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Venda de livros porta a porta deslancha

Nos últimos três anos, participação desse canal no mercado editorial dobrou; setor estima faturar R$ 1,2 bilhão

Para contribuir com os argumentos de vendas, editoras 'agregam' valor a livros com DVDs e mídias on-line FSP 25.09

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Antes considerada moribunda, a venda de livros porta a porta ganhou um novo sopro de vida recentemente.

De 2007 a 2010, a participação do segmento no mercado editorial do país aumentou de 9% para 21,66%. Atualmente, somente as livrarias e as distribuidoras estão na frente do porta a porta como canal de venda.

Nessa retomada, o livro ganhou parcerias. Com a sua compra, as editoras oferecem brindes como DVDs, CDs, cursos a distância, livros digitais, entre outros produtos.

"O Brasil tem mais de 5.000 municípios e menos de 2.000 livrarias. A venda porta a porta tem uma enorme capilaridade e supre essa lacuna", afirma Diego Drumond e Lima, presidente da ABDL (Associação Brasileira de Difusão de Livros) e diretor-geral da Editora Escala.

PÚBLICO VARIADO

De acordo com dados da ABDL, o faturamento do setor alcançou R$ 1,2 bilhão em 2010. Em 2008, foram R$ 681 milhões. A média de preço das coleções é de R$ 122,74.

A Editora Escala começou no porta a porta há sete anos. "Atualmente, vendemos 350 mil livros por mês nesse segmento", diz Lima.

Para agradar a um público variado, os títulos incluem livros pedagógicos, religiosos, infantis e best-sellers.

Não por acaso, a Hermes, tradicional empresa de vendas diretas do Rio de Janeiro, começou a fazer testes com a venda de livros há quatro anos. "Vimos que esse nicho podia ser mais bem explorado" afirma Silvio Zveibil, diretor de vendas da Hermes.

"Mas foi realmente em 2010 que o negócio deslanchou, com vendas de 10,5 milhões de unidades."

Segundo Zveibil, a venda de livros gerou receita de R$ 140 milhões no ano passado.

A Avon, especializada em cosméticos, descobriu esse segmento há 18 anos.

Com seu exército de 1,1 milhão de revendedoras, é a líder de mercado.

Segundo Adriana Picazio, gerente da Avon no Brasil, a negociação de grandes volumes da empresa com as editoras reduz significativamente o preço das unidades.

Segundo a Folha apurou, a Avon fatura aproximadamente R$ 400 milhões com a venda de livros.

ENCICLOPÉDIAS

Os negócios com enciclopédias, que deram origem ao segmento, também não vão mal. A líder de mercado, Barsa, controlada pela Editora Planeta, espera vender 70 mil coleções de enciclopédias em 2011, 7% mais que em 2010. As coleções custam de R$ 2.400 a R$ 2.900.

Segundo Sandra Cabral, diretora da Barsa, equipes especializadas em nichos profissionais têm ganhado destaque. "Temos vendedores que atendem somente delegados de polícia ou médicos."

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GILBERTO DIMENSTEIN. Um jornal está fazendo escola

Nunca se teve tanto acesso a notícias e tanta insegurança sobre as regras para sobreviver FSP 25.09

Até pouquíssimo tempo atrás ninguém diria que um jornal seria uma escola para se estudar sobre assuntos tão variados como música erudita, vinhos da Califórnia, câncer, diabetes, funcionamento do cérebro, criação de blog, energia nuclear, história da arquitetura asiática, arte africana, comércio eletrônico ou urbanismo.

Esses são apenas alguns dos cursos à distância oferecidos pelo "The New York Times", muitos deles em parceria com universidades, que atraem alunos de várias partes do mundo. Além dos professores universitários, as aulas são ministradas pelos jornalistas e colaboradores do jornal. "É um segmento que vamos ampliar cada vez mais, as matrículas não param de crescer", afirma Felice Nudelman, responsável pelos projetos educacionais daquele grupo editorial.

Minha suspeita é de que estamos diante de uma nova fronteira do conhecimento: a fusão das linguagens da educação com comunicação.

É sabido como empresas jornalísticas têm realizado pesados investimentos, como no Brasil, para ganhar o mercado de livros didáticos e sistemas de ensino. No caso do "The New York Times" há um diferença: com a ajuda das universidades, eles estão fazendo da redação uma espécie de sala de aula, onde jornalistas viram professores e leitores, alunos. Na quinta-feira passada, aliás, eles reuniram 400 educadores de todos os continentes para discutir como as novas tecnologias estão moldando o jeito que se aprende e se ensina.

A novidade reflete a ansiedade generalizada nos meios de comunicação diante das incertezas geradas pelas novas tecnologias, estimulando os mais variados tipos de apostas para agarrar o leitor.

Um dos melhores resumos que ouvi sobre essa ansiedade veio do jor-nalista Joshua Benton, responsável por um observatório em Harvard focado nos impactos das novas tecnologias na mídia. "Vivemos um momento extraordinário para o jornalismo. E terrível para os jornalistas". Nunca se teve tanto acesso a notícias. Mas também nunca se teve tanta insegurança sobre as regras para sobreviver.

Certamente não ajudou a reduzir o clima de ansiedade a recente descoberta na Universidade Northwestern, nos Estados Unidos: um software capaz de redigir notícias sem ajuda de humanos. O programa foi batizado com o sugestivo nome de Monkey (Macaco).

Nessa corrida, o "The New York Times" contratou cientistas e montou um laboratório para testar novas maneiras de disseminar informação. Dali surgiram um espelho e uma mesa que transmitem as notícias enquanto escovamos os dentes ou tomamos o café da manhã.

Na quinta-feira passada, o Face-book anunciou uma série de ino-vações para facilitar o compar-tilhamento de filmes, músicas e notícias. Entre outros acertos, fechou uma parceira com o "The Washington Post" e Yahoo!. A ideia, em síntese, é fazer de seus amigos curadores de conteúdos. Não por outro motivo, a Google está investindo pesado em redes sociais, temendo que seu mecanismo de busca impessoal perca força.

Não se sabe qual a regra do jogo que vai vencer. Mas o que se sabe é que a demanda por conhecimento não vai parar de crescer.

Como estamos na era da aprendizagem permanente, não se pode parar mais de estudar se não quiser ficar desatualizado. Vive-se mais e com mais saúde. As livrarias podem desaparecer, como estão desaparecendo em várias cidades. Mas a necessidade de livros não vai diminuir. Não é à toa que muitas livrarias imaginam que, para sobreviverem, terão de se transformar em centros culturais e educativos.

Em meio à abundância vertiginosa de dados, cresce a demanda de seleção sobre o que é relevante. Aí reside a fronteira entre a informação e o conhecimento.

Nenhuma forma de seleção consegue ir tão a fundo, relacionando fatos e conceitos, como o processo educativo numa sala de aula real ou virtual. Informação pode-se pegar em qualquer lugar: se quiser ver as aulas do MIT, sem pagar nada, basta apertar o botão do computador. Transformar isso em aprendizagem é outra coisa.

Certamente, nesse jogo de busca de seleção não vai faltar espaço para quem ajuda a contextualizar uma informação, gerando conhecimento.

Por isso a minha suspeita de que a escola do "The New York Times" é uma aposta consistente numa nova linguagem, misturando Redação com sala de aula.

PS - Para quem quiser aprofundar essas informações, coloquei no www.catracalivre.com.br mais detalhes sobre os cursos e o laboratório de novas mídias do NYT; o Monkey, desenvolvido pela Northwestern; os cursos gratuitos oferecidos pelas universidades americanas; o observatório de jornalismo on-line de Harvard.

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Só dieta à base de vegetais reverte doenças cardíacas

CIRURGIÃO AMERICANO DEFENDE ALIMENTAÇÃO MAIS RESTRITA DO QUE A VEGANA, EXCLUINDO ATÉ AZEITE, PARA PROTEGER O CORAÇÃO

Diga adeus a bifes, peixes, arroz branco e açúcar. Farinha e grãos, só integrais. Azeite de oliva, nem pensar. FSP 25.09

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Para o cirurgião americano Caldwell Esselstyn, 77, uma alimentação baseada em folhas, frutas, legumes e grãos integrais é o único jeito de evitar, deter e reverter doenças cardiovasculares.

Seu método, que vem sendo aperfeiçoado nos últimos 30 anos, é o tema do documentário "Forks over Knives" (trocadilho que quer dizer tanto "garfos sobre facas" quanto "garfos no lugar de bisturis"), lançado nos EUA e ainda inédito no Brasil.

O filme conta a história de pacientes de Esselstyn, médico da Cleveland Clinic (Ohio). Eles venceram problemas cardíacos e evitaram cirurgias ao adotar a dieta.

Para o cirurgião, que falou à Folha por telefone, a dieta extrema não é a que ele propõe, e sim a adotada pela maioria dos ocidentais. "Ela garante que milhões de pessoas serão submetidas a cirurgias de peito aberto. Vamos comer vegetais. É para isso que fomos criados."

Folha - O sr. diz que os problemas cardíacos se devem à alimentação. Não há outros fatores de risco envolvidos, como genética?

Caldwell Esselstyn - Se você come a dieta típica ocidental, cheia de carne, óleo e laticínios, você vai ver que, entre mil pessoas, algumas terão infarto aos 40, outras aos 50, outras aos 60, 70 ou 80. Você pode dizer que, geneticamente, quem tem o infarto só aos 80 é mais forte para resistir a essa dieta extrema. Por outro lado, se todo mundo comer uma dieta baseada em vegetais, todos são poupados.

Controlar os níveis de colesterol não é suficiente?

Ao pensar só em números, prestamos atenção à coisa errada. As pessoas tomam remédios para o colesterol mas ainda querem comer frango frito. O que funciona é o que entra pela sua boca.

Toda vez que você come azeite, óleo, leite, manteiga, queijo, sorvete, iogurte e carne, você machuca o delicado revestimento das artérias, o endotélio. Ele é um tapete mágico que produz uma molécula incrível chamada óxido nítrico, que é vasodilatadora e protege a parede dos vasos sanguíneos.

Autópsias de soldados que morreram na Guerra da Coreia e no Vietnã, dos anos 50 a 70, revelaram que 80% dos jovens de 20 anos já tinham problemas coronários visíveis. As obstruções não eram suficientes para causar um infarto, mas estavam lá. Hoje, todos os jovens têm isso.

Sua dieta exclui o azeite de oliva, base da dieta mediterrânea. Ela está toda errada?

Está errada em recomendar azeite. Em Creta, há 60 anos, as pessoas eram magras, comiam muitos legumes e frutas e um pouco de azeite. As desvantagens do azeite eram compensadas pela quantidade de vegetais.

Quando você estuda o efeito do azeite com um teste de ultrassom da artéria braquial (no braço), que mede os danos ao endotélio, vemos que o óleo machuca os vasos.

Você chama as cirurgias e angioplastias de soluções mecânicas para um problema biológico. Esses procedimentos não adiantam nada?

Eles não chegam a ser soluções. A medicina tem evoluído no sentido de criar uma lista cara de remédios e de procedimentos perigosos, como a colocação de stents ["molas" inseridas em vasos obstruídos] e pontes de safena. Com o tempo, é preciso colocar outro stent, fazer outra ponte, tomar mais remédios, e, no fim, a pessoa morre do coração assim mesmo.

Os médicos, não sei o porquê, passaram a acreditar que as pessoas não são capazes de mudar seu estilo de vida. Mas o problema é que eles não sabem como transmitir essa mensagem.

Quando trato alguém com doença cardíaca, fazemos um curso de cinco horas. O paciente vai entender o que causou a doença e o que ele deve fazer para revertê-la. No fim, oferecemos uma refeição à base de vegetais e uma apresentação de 1h15 sobre como comprar e preparar alimentos, ler rótulos e lidar com restaurantes e viagens.

A revolução da saúde nunca vai acontecer por causa da descoberta de um remédio. Nunca vai ser por causa de um novo procedimento cirúrgico. A revolução vai acontecer quando as pessoas estiverem informadas do ponto de vista nutricional, para evitar as comidas que vão fazê-las perecer por uma doença.

Qual percentual dos seus pacientes tem melhora?

Quase todos. Quando começamos o programa, e as pessoas ainda não sabiam se ia funcionar, 70% se recuperavam. Agora estamos em 90%. O que torna esse tratamento tão poderoso é que posso mostrar raios-X de artérias do nosso primeiro grupo. Os pacientes percebem que, se os outros conseguiram, eles também vão.

O sr. diz que moderação mata. Por que não dá para comer carne com moderação?

Moderação é dizer: qual a quantidade de um alimento que sei que vai me prejudicar eu posso comer e conseguir escapar das doenças? Isso é loucura. Quantos bifes posso comer? Quantas batatas fritas engorduradas? Como assim? É a mensagem errada.

O sr. acredita que sua dieta pode ser adotada globalmente?

O Brasil está destruindo a atmosfera e o mundo ao queimar as florestas que são ótimas para capturar o CO2. Por quê? Para produzir carne, que vai fazer as pessoas morrerem cedo e ter vidas miseráveis e infelizes. Se toda essa área for substituída por vegetais, é possível produzir muito mais. Vamos comer plantas, é para isso que fomos criados.

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JOSÉ SIMÃO. Ueba! Tô com overdose de ONU!

E pra que o Brasil quer cadeira na ONU? Só se for pra se livrar do Sarney! Senta ele lá e esquece!. FSP 25.09

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Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador Geral da República! E saiu a simpatia pra prender a pessoa amada: coloca um quilo de pó na mochila dela e chama a polícia. Rarará! E adorei essa faixa na Bahia: "Semana da Família! Paróquia de Pintadas!".

E a Grécia? Sabe por que a Grécia quebrou? De tanto quebrarem pratos. De tanto quebrarem pratos a economia ficou um caco! E sabe por que eles não se entendem? Porque falam grego! E como disse um amigo meu: "Agora que eles não terminam aquela Acrópole mesmo". Rarará! Só apelando para os deuses. Teseu, o deus do tesão. E Zorba, o deus da cueca! Rarará! E eu tô com overdose de ONU! Passei a semana inteira vendo a ONU! ONU por ONU, prefiro Honolulu!

Essa semana que passou foi da Dilma na ONU! Muita digna, muito inteligente, mas a estilista deve ser decoradora do Center Norte. Tudo forro de sofá! Dilma, a Mulher-Sofá! Eu acho que a Dilma devia ter feito o discurso na ONU com o macacão da Lilia Cabral! Combate a corrupção? Chama o Pereirão!

E pra que o Brasil quer cadeira na ONU? Só se for pra se livrar do Sarney! Senta ele lá e esquece! E eu já disse que a ONU só serve pra uma coisa: aquela bandeirinha pendurada na antena do carro que permite estacionar em qualquer lugar em Nova York.

A ONU só serve pra estacionar! O Brasil deveria querer uma cadeira em Honolulu, uma cadeira de praia!

E o Rock in Rio? Essa frase ainda é válida: "No céu estão Amy Winehouse, Freddie Mercury, Jim Morrison, Cobain, Cazuza, Cassia Eller, Renato Russo, Elvis e Michael Jackson! Tá valendo mais a pena morrer que ir pro Rock in Rio".

E adoro as exigências dos astros. Todos pedem a mesma coisa: 340 mil toalhas. O que eles tanto lavam? O que prova que não tem mais roqueiro. Roqueiro mesmo não toma banho! Se toma, não enxuga! E hoje é dia do Metallica. Trilha sonora da guerra do Iraque! Nós é que deveríamos fazer exigências pra ir ao Rock in Rio.

Um amigo meu vai exigir 2.648 toalhas brancas e uma noite de sexo selvagem com a Shakira. Ou então 2.648 noites de sexo selvagem com a Shakira e UMA toalha branca! Rarará!

E o Elton John é um fofo! Parece a Vovó Mafalda! Mas tem gente que acha o Elton John parecido com o Joelmir Betting. Rarará! Nóis sofre mas nóis goza.

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

simao@uol.com.br

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