sábado, 24 de setembro de 2011

Homens são mais felizes no trabalho do que mulheres

DO "VALOR" - Pesquisa da Captive Network com 670 executivos americanos mostrou que os funcionários do sexo masculino são, em geral, 25% mais felizes do que as mulheres no trabalho.

Ao mesmo tempo, elas têm pelo menos 25% mais chance de serem as responsáveis por tarefas domésticas como cozinhar, arrumar a casa e fazer supermercado. folha 24/09

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ABL. JORNALISTA ASSUME CADEIRA

O jornalista Merval Pereira, 61, tomou ontem posse da cadeira 31 da ABL (Academia Brasileira de Letras), ocupando o lugar de Moacyr Scliar, morto em fevereiro. "Minha função é produzir conhecimento e difundi-lo", disse ele na cerimônia de posse, na noite de ontem, no Rio. folha 24/09

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ARTES VISUAIS » Geografias afetivas

Paisagens, horizontes e coordenadas propõem reflexões sobre relações humanas em exposição de Geórgia Kyriakakis no Espaço Ecco, que também abriga a primeira mostra individual de Raquel Nava correioBsB 24/09

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A geografia de Geórgia Kyriakakis abriga paisagem, afetos e relações. É vasta, cheia de significados e sutilezas. Em Coordenadas, em cartaz no Espaço Cultural Contemporâneo (Ecco), sobra pouco espaço para certezas e o desequilíbrio reina como tema na maioria das instalações da artista. No universo de Geórgia, o equilíbrio é uma metáfora para a vida e encerra noções de fragilidade e instabilidade. A exposição em Brasília — a maior já realizada pela artista na cidade — é uma síntese das questões que motivaram a produção dos últimos 10 anos.

Nascida na Bahia e radicada em São Paulo, Geórgia criou três trabalhos para a exposição. No centro da galeria está a obra que dá nome à mostra, um conjunto de mesas suspensas fora do eixo e niveladas com pó de metal, o mesmo utilizado para fixar no chão a cadeira que sustenta a mesa em Let it be. Mais adiante, Deixa passar consegue efeito intrigante com sucessivas correntes que descem do teto, atravessam mesas de madeira e recortam o ambiente.

“O que me motiva muito são as relações geográficas. Coordenadas são linhas imaginárias que nos situam em determinado lugar no espaço. E me interessam também as relações de verticalidade e horizontalidade, de equilíbrio e fragilidade, de permanência e impermanência contida nisso tudo”, diz a artista. Para ela, falar de geografia significa falar também de paisagem.

Essa paisagem fica mais aparente em Outros continentes e Horizontes elásticos, séries de fotografias nas quais a linha do horizonte e o cenário marítimo ajudam a artista a questionar a relação do homem com a natureza. Há algo de político na postura de Geórgia: até que ponto o homem é capaz de dominar a natureza e, ao mesmo tempo, reconhecê-la? A Terra é redonda, mas ninguém percebe o fato, assim como longitudes, latitudes e trópicos são linhas imaginárias que perpassam o planeta e são fundamentais para o deslocamento.

Em Outros continentes, a artista desenha bolhas de sabão no formato dos continentes para lembrar o quão frágil é nossa percepção. Já Horizontes elásticos carrega alguma dureza: para manter a linha do horizonte contínua e coerente é preciso inclinar e entortar as molduras. Simbolicamente, é a mão do homem obrigando a paisagem a se manter coesa. “Todos esses limites são ilusórios”, repara Geórgia. “Para esse trabalho pensei muito no poder, esse poder que a gente acha que tem de submeter a natureza, de nivelar o que não está nivelado, uma ilusão de poder submeter a natureza à vontade humana.”

O bom humor tem espaço na instalação Por motivo de força maior. Pares de copos dispostos em prateleiras atingem o equilíbrio graças ao próprio peso. Forças contrárias ou complementares ajudam a estabilidade, por isso cada copo está preenchido com materiais como pó de ferro, pedras, areia. Para ficar divertido, Geórgia criou subtítulos para cada par. Assim, Por motivo de força maior — carga se refere ao pó de ferro e um equilíbrio frágil mantido graças a uma corrente virou Atração. “Para mim, as relações humanas fazem parte da geografia”, avisa a artista.

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ROCK »

O amor segundo o Vanguart correioBsB 24/09

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Canções que falam de amor geralmente funcionam como ímãs de público. Não faltam hits sobre paixão, traição, relacionamentos que começam e que terminam. Muita gente fala de amor, mas acaba não dizendo nada. No meio de tanta superficialidade, algumas bandas se arriscam a falar do assunto de forma mais densa. O Vanguart busca essa trilha.

O segundo álbum da banda cuiabana, Boa parte de mim vai embora, é um retrato do estado de espírito em que os compositores Hélio Flanders (voz) e Reginaldo Lincoln (baixo e voz) se encontravam quando começaram a trabalhar nas músicas que entrariam para o disco. Ambos tiveram os casamentos desfeitos recentemente. As reflexões acerca da ausência, da dor e da efemeridade dos sentimentos e das relações estão ali, explícitas e cortantes. Ao contrário do que dizia o poeta norte-americano Walt Whitman (“Não se menciona a morte nem o amor nessa casa”), os dois decidiram enfrentar seus demônios. E fizeram isso publicamente e em bom português.

No primeiro disco, Vanguart, de 2007, das 13 canções, seis são em inglês, seis em português e uma em espanhol. As músicas em outras línguas mostravam diferentes lados da banda. Um mais próximo do folk, outro do blues, ora mais urbano, ora mais rural. Agora, a opção por cantar todas as faixas em português, exceto Mi vida eres tu, com refrão em espanhol, resultou em um trabalho coeso e ousado. “É sempre mais difícil se expressar no idioma materno. Nós temos um pouco a preocupação de sermos mal-entendidos. Mas entre o medo e a vontade de falar, a gente sempre vai optar por falar tudo”, diz Flanders.

O momento vivido pelos artistas gerou um álbum confessional, mas que não pode ser personificado nas figuras de Flanders e Lincoln. “Houve cuidado para que o resultado não fosse um disco de canções do Hélio ou do Reginaldo, mas que fosse a cara da banda”, conta Flanders. “Além do mais, todo mundo já passou por uma separação, ou vai passar”, completa.

Por mais que as separações tenham inspirado os músicos, o processo de criação não foi tão racional quanto possa parecer. “Escrevi a maior parte das canções sem saber do que estava falando. Talvez nem eu saiba distinguir, dentro do que foi dito, o que aconteceu ou não. Acho que a poesia só é poesia porque traz essa dúvida”, explica o cantor.

Algumas influências neste trabalho foram Whitman e Jorge Luis Borges, na literatura; Cida Moreira, Elizeth Cardoso e Cauby Peixoto, na música. “Gosto dos artistas que sangram”, revela Flanders. Bob Dylan continua presente. As referências do passado têm razão de ser: “O nosso som é reflexo da nossa época. Vivemos permeados por imagens e ideias que não pertencem mais a esse tempo”, reflete Flanders.

Às mulheres

Apesar de a banda morar em São Paulo há cinco anos, Boa parte de mim vai embora foi gravado no mesmo estúdio onde eles registraram o primeiro álbum, em Cuiabá. E contou com a participação da violinista e arranjadora Fernanda Kostchak, que acabou sendo incorporada ao quinteto formado por Flanders, Lincoln, David Dafré (guitarra), Douglas Godoy (bateria) e Luiz Lazzaroto (teclado). “Ela trouxe frescor para a banda e levou a música para um lugar diferente”, elogia o cantor.

Fernanda também está na capa do CD, ao lado da cantora Cida Moreira, da atriz Daniela Dams e da apresentadora Rafaela Tomasi, montando guarda em frente a uma casa antiga, representando a bravura e a independência das mulheres. “O disco só existe por causa delas. Foi uma maneira de homenageá-las e de pedir desculpas por ter exposto tanto as nossas vidas”, conta Flanders. Foi a primeira vez que a palavra “amor” foi dita em português em um disco da banda.

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Para sangrar

Conheça outras revelações do (pop) rock brasileiro

Tiê e Thiago Petit

» Os dois músicos paulistanos têm lirismo impressionante, influenciam e são influenciados pelo som do Vanguart. Ouça em www.myspace.com/

tiemusica e www.myspace. com/lepethitprince.

Cérebro eletrônico

» Também paulista, a banda Cérebro Eletrônico faz um rock tropicalista com letras desconcertantes e o vocal marcante de Tatá Aeroplano. Hélio Flanders participa da música Garota estereótipo, do disco Deus e o diabo no liquidificador. Ouça em www.myspace.com/

cerebroeletronico.

Jair Naves

» Brasiliense de nascença e ex-integrante da banda Ludovic, lançou o primeiro trabalho solo, o EP Araguari, em fevereiro de 2010. Uma obra intensa e confessional em homenagem a uma cidade. Ouça em www.myspace. com/jairnaves.

Pública

» O terceiro disco da banda gaúcha, Canções de guerra, dá continuidade ao trabalho sensível dos garotos, que contam histórias tristes embaladas por belas melodias. Ouça em www. myspace.com/publicarock.

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Apenas 15% dos inscritos são aprovados em exame da OAB

Índice foi maior do que na prova anterior; resultado sai no dia 4 folha 24/09

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O último exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) aprovou apenas cerca de 15% dos inscritos.

O índice foi melhor do que o do exame anterior, realizado no ano passado, quando a aprovação atingiu 11%, de acordo com o secretário-geral da entidade, Marcos Vinícius Furtado Coelho.

A cada ano, costumam ser realizados três exames. O índice de aprovação costuma ficar entre 10% e 15%.

A instituição com melhor desempenho foi a USP, com 71% de aprovação. O resultado final sai no dia 4.

Em julho, o Ministério Público Federal enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) um parecer em que defende que a obrigatoriedade de aprovação no exame da OAB para advogar é inconstitucional. O caso ainda não entrou na pauta do tribunal.

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JOSÉ SIMÃO

É hoje! Bueirock in Rio!

E avisa pro Mantega que eu sei como baixar o dólar! Atrela o dólar ao Flamengo. Cai rapidinho! Rarará! folha 24/09

Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!

E o Momento Econômico? Ops, Tormento Econômico! E o dólar disparando? O Rock in Rio já pagou o cachê da Rihanna? Deve ter dobrado de ontem pra hoje! Rarará!

Aliás, sabe o que ia fazer o maior sucesso no Rock in Rio? Os Bueiros Voadores! Dança de rua com tampa de bueiro! Espetáculo pirotécnico: Bueirock in Rio!

E não se faz mais pop star como antigamente: ninguém ainda quebrou um quarto de hotel, ninguém se atirou pelado na piscina.

Agora é: Rihanna toma caipirinha em Ipanema, Rihanna sobe no Pão de Açúcar, Katy Perry chupa pirulito, Elton John toma overdose de mingau e se atira na hidro da suíte.

Vocalista do Metallica cheira farinha láctea e atira bengala no fotógrafo. Eu vou dar os meus ingressos pra minha avó!

E o dólar a R$ 1,80? Como diz uma amiga minha: "Viajar ficou mais longe!". Dólar a R$ 1,80! Miami ficou mais longe! Toda vez que o dólar sobe, o mundo fica mais longe!

E aquela camisa que eu comprei na Espanha, no cartão? Quando eu tirei da mala, já tinha dobrado de preço! Rarará! E sabe o que o dólar falou pro real? VALEU!

E avisa pro Mantega que eu sei como baixar o dólar! Atrela o dólar ao Flamengo. Cai rapidinho! Rarará! O câmbio está hidramático!

E a Bolsa? As Vuittons continuam caindo! A volta do TUM TUM TUM! O que é TUM? A Bolsa caindo. E TUM TUM TUM? Três acionistas desmaiando!

E um amigo meu perdeu tudo na Bolsa, vendeu o apartamento e foi morar na casa da sogra. Mas por que justo na casa da sogra que ele tanto odeia? Porque pra quem tá morrendo afogado jacaré é tronco!

E toda vez que a Bolsa desaba, a televisão mostra a mesma cena: um monte de desesperado com a mão na testa. E gritando no celular: "Mãe, sabe aquele meu quartinho? Não desativa que eu to voltando".

E adorei aquele prefeito do interior de São Paulo: "Prometo PARALELIPEIDAR a cidade". E a manchete do Piauí Herald: "ONU reconhecerá que Roberto Justus é lindo". Rarará! E não disse que o Elton John tava a cara da Vovó Mafalda?

E continuo com a gripe Anderson Silva: te derruba e te deixa mais quebrado que arroz de terceira. Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

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Editora investe R$ 300 mil para tentar, enfim, emplacar o autor folha 24/09

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James Patterson tem mais de uma dezena de títulos publicados no Brasil desde os anos 1980, com lançamentos regulares. Ainda assim, nunca conquistou por aqui nem um átimo do sucesso que faz no exterior, em especial nos países de língua inglesa.

Alheia à evidência -ou quem sabe desafiada por ela-, a editora Arqueiro apostou alto para lançar dois novos títulos de Patterson no Brasil, "O Dia da Caça" (da série do detetive Alex Cross) e "4 de Julho" (do "Clube das Mulheres contra o Crime").

Chegaram, na Bienal do Livro do Rio, no início do mês, embalados por um investimento de R$ 300 mil em divulgação, que inclui anúncios na TV paga, no metrô de São Paulo e em ônibus do Rio.

"Não quero pensar em por que ele não aconteceu, mas em como vamos fazê-lo acontecer", afirma Marcos Pereira, um dos donos da Arqueiro (e da Sextante, assídua nas listas de best-sellers).

O editor considera que até pouco tempo atrás "o Brasil não tinha uma cultura de [ler] literatura comercial, livros de entretenimento", mas diz que o quadro vem se alterando.

A Arqueiro fechou contrato para lançar 15 livros de Patterson. Os dois primeiros tiveram tiragem inicial de 30 mil exemplares cada um. Em 2012, sai um da série infantojuvenil "A Bruxa e o Mago".

"Às vezes o livro não é publicado corretamente. Isso me ocorre de vez em quando. Quanto mais gente sabe do livro, mais ele acontece", comenta Patterson sobre sua situação peculiar no Brasil.

"'Alex Cross' e o 'Clube das Mulheres contra o Crime' são as séries de mistério mais populares do mundo nos últimos anos. E as pessoas ao redor do mundo não são idiotas", gaba-se o americano.

Questionada sobre quantos livros de Patterson vendeu, a Rocco -que tem em catálogo sete títulos do autor, entre eles "3º Grau" e "Dupla Cilada para Cross"- preferiu não se manifestar. Tampouco quis opinar sobre os motivos de o autor não reproduzir aqui o êxito de outros países.

Antes da Rocco, a obra de Patterson foi editada no Brasil pela Best-Seller e, antes ainda, pela Record, que o publicou em 1980.

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Livro de Henry James é adaptado no Brasil

Cineasta Walter Lima Jr. prepara longa sobre "A Outra Volta do Parafuso", trama de horror publicada em 1898

Filme vai adaptar a famosa história para uma fazenda açucareira do Nordeste, durante o início do século 20 folha 24/09

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Depois de assombrar gerações de leitores desde 1898, quando foi lançado, "A Outra Volta do Parafuso" vai em breve tirar o sono dos espectadores do cinema nacional.

A misteriosa história de Henry James (1843-1916), americano naturalizado britânico, sobre a preceptora que tenta livrar duas crianças da possível influência de fantasmas deve ser filmada em 2012 por Walter Lima Jr., 72.

O livro também ganhou uma nova edição em português.

O projeto está em fase de captação de recursos. O diretor adianta que vai transferir a história, que originalmente se passa em uma propriedade rural inglesa, para uma fazenda açucareira do Nordeste brasileiro, logo após a Primeira Guerra Mundial.

No geral, porém, ele conta que será bastante fiel ao livro. O espectador não deve esperar, portanto, respostas para os mistérios que James não esclarece.

"O livro é muito amplo, termina em aberto. Isso é o que me atrai. Não quero enfiar um significado na goela do público. Gosto do terror que usa a sugestão", explica.

"A Outra Volta..." já rendeu adaptações para cinema. A mais famosa delas é "Os Inocentes" (1961), dirigido por Jack Clayton (1921-1995).

Além de usar referências de outros trabalhos de James, Lima Jr. inspirou-se no filme de Clayton para "mergulhar" no estranho mundo do livro. "Acabou que não me senti muito distante, é um universo parecido com o meu."

A sutil relação entre o terror e o despertar da sexualidade, base do livro, já foi explorada em filmes do diretor.

Em "Ele, o Boto" (1987), o personagem-título se transforma em homem para seduzir as mulheres. Já "A Ostra e o Vento" (1997) narra a trágica paixão de uma garota (Leandra Leal) pelo vento.

Um dos títulos provisórios para o novo filme, não por acaso, é "O Outro Lado do Vento". Trata-se não apenas de autorreferência mas também de homenagem: este era o nome de um dos projetos inacabados de Orson Welles.

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Dirceu lança livro e marca palestras para voltar à cena

Petista se diz vítima de conspiração contra Lula e sonha em retornar às urnas em 2014 folha 24/09

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"O Zé é uma espécie de Che Guevara brasileiro."

Foi assim que o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) apresentou o ex-ministro José Dirceu a cerca de cem sindicalistas que se reuniram ontem de manhã para ouvi-lo, na sede da Força Sindical.

Seis anos depois de ser derrubado da Casa Civil e cassado na Câmara, o petista acusado de chefiar o esquema do mensalão voltou a sonhar com o retorno à cena política.

Ele marcou uma série de palestras e noites de autógrafos pelo país para se promover e badalar o livro "Tempos de planície" [Alameda Editorial, 376 págs., R$ 44], que lançará dia 28 em Brasília.

Na obra, obtida pela Folha, Dirceu se apresenta como mártir de uma "campanha política e midiática" para "derrubar o governo Lula ou impedir sua reeleição".

Nas palestras, relembra os tempos de ex-guerrilheiro, exalta feitos do PT e procura demonstrar influência no governo Dilma Rousseff.

"Mudei o rosto, fiz plástica, criei um personagem que tinha nascido em Guaratinguetá", afirmou ontem, num resumo autobiográfico.

Em seguida, começou a fixar metas para a presidente, como a redução dos juros e o crescimento de 5% ao ano.

"O desafio que temos é manter o Brasil crescendo na turbulência internacional. Foi o que a nossa presidenta falou agora na ONU", disse, em tom de cumplicidade.

Em 54 minutos, ele ainda citaria Dilma mais oito vezes, referindo-se aos programas de seu governo sempre na primeira pessoa do plural.

"O que vamos fazer é a interligação das bacias", disse, sobre as obras de transposição do rio São Francisco.

Único de terno e gravata no auditório, Dirceu defendeu a volta da CPMF, mostrou conhecimento sobre bastidores do Ministério da Saúde ("tem dois decretos com a presidenta") e prometeu ajudar Dilma a aprovar a reforma política.

No meio da palestra, interrompeu a fala com ar de mistério para atender a uma ligação no celular.

"É que eu estou acertando a agenda com o nosso Luiz Inácio Lula da Silva", explicou depois, a uma plateia atônita. "Ele está viajando, está indo para a Europa, e eu vou encontrar com ele."

A cena impressionou sindicalistas que esperavam para fazer perguntas.

"Posso chamar de ministro, deputado, doutor... qualquer coisa, né?", perguntou Ivo Borges, dirigente da Força Sindical no Pará.

Dirceu apenas sorriu.

O petista indicou preferência por Fernando Haddad na disputa com Marta Suplicy em São Paulo, mas afirmou que só anunciará seu voto no dia da prévia do partido.

Questionado sobre o próprio futuro, disse que espera ser absolvido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para se candidatar novamente.

"Eu nunca fui [para fora da política], então não posso deixar de voltar."

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'International Herald Tribune' passará a cobrar conteúdo digital folha 24/09

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DE SÃO PAULO - O grupo que edita o "New York Times" passará a cobrar pelo conteúdo digital do "International Herald Tribune", o jornal global da empresa. A mudança deve ocorrer até o fim deste ano, de acordo com o site PaidContent.

A assinatura compreenderá aplicativos exclusivos da publicação internacional.

Segundo a presidente do grupo, Janet Robinson, 12% dos assinantes digitais do "New York Times" moram fora dos EUA.

O jornal encerrou o segundo trimestre com 224 mil assinaturas digitais, além de 57 mil contratos fechados com donos dos leitores digitais Nook e Kindle.

A empresa tem ainda outras 100 mil pessoas que contam com assinatura subsidiada pela marca de veículos Lincoln e 758 mil assinantes da versão impressa que também acessam o complemento digital.

"Isso é bem mais do que 1 milhão, incluindo os assinantes com pagamento direto e aqueles subsidiados. É um número impressionante", afirma Robinson.

O jornal espera, entretanto, uma desaceleração nos anúncios para a versão digital com a piora da crise.

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Jabuti desclassifica 3 finalistas na semana do anúncio

Após questionamentos da Folha e de leitores, comissão eliminou obras eleitas pelo júri, mas fora das regras folha 24/09

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Dois dias depois de anunciar os finalistas do 53º Prêmio Jabuti, a comissão julgadora da tradicional honraria literária desclassificou três dos títulos selecionados por considerá-los "em desacordo com o regulamento".

O clássico da historiografia ocidental "O Outono da Idade Média" (Cosac Naify), de Johan Huizinga, foi eliminado da categoria tradução por ser uma obra de não ficção. As regras permitem só traduções de "textos exclusivamente literários de ficção (contos, crônicas, romance, poesia)".

"As Horas de Katharina" (Record), de Bruno Tolentino, que competia como poesia, saiu da disputa por ser reedição de obra de 1994 -inclusive já premiada, em 1995, com o Jabuti. A primeira linha do regulamento define: só obras inéditas concorrem.

Pela mesma regra caiu "Itinerário de uma Falsa Vanguarda" (Ed. 34), de Antonio Arnoni Prado, que disputava em teoria e crítica literária.

Das três, esta foi a decisão mais questionada -o novo estudo, de 296 páginas, é a versão completa de pesquisa inicial lançada em 1983, com 122 páginas, pela Brasiliense.

"Se não estipularmos um critério, todo mundo vai mudar sua obra ao longo dos anos e inscrevê-la de novo", disse à Folha o curador do Jabuti, José Luiz Goldfarb.

"Teremos de ser mais explícitos no regulamento do ano que vem: a obra tem que ser 100% inédita em livro."

Questionado sobre a inclusão da "Poesia Completa" (Leya), de Manoel de Barros, entre os finalistas (os poemas saíram antes em edições da Record), o curador disse que pode ser outro caso a avaliar.

Entram na disputa "Dois" (É Realizações), de Érico Nogueira, em poesia; "Estranho Interlúdio" (Edusp), de Eugene O'Neill, vertido por Alipio Correia de Franca Neto, em tradução: e "Coleção Ciranda de Poesia" (Eduerj), de Ítalo Moriconi, em teoria e crítica.

As desclassificações ocorreram após questionamentos da Folha e de leitores -e no ano seguinte à polêmica entrega do prêmio principal de ficção a "Leite Derramado", de Chico Buarque, que ficara em segundo em sua categoria.

O anúncio dos vencedores em cada categoria será feito em 18/10. No dia 30, serão anunciados os livros do ano de ficção e de não ficção.

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